Saturday, February 11, 2006

Clássicos da literatura portuguesa: o Poema de S. Valentim


O padroeiro dos pitos dourados

O Major é mais Alverca
no dia de S. Valentim
Gosto tanto quando dizes
“Meu amor atira-te ao Tejo
mostra o teu amor por mim!”

E eu respondo, afoita:
Enfia-me a tua espada
teu pau, teu riste, tua régua
se o fizeres dou-te trégua(s).
se não o fazes fico triste.

(e continua, e continua, e continua)
Açoita-me como eu tanto gosto
algema-me toda, com ardor
enfia-me pregos nos olhos
gosto de ti aos molhos
Se tens prazer não importa a dor.

Vem meu garanhão da estepe
meu cavaleiro sem garupa
açoita-me e agrafa-me
para o meu amor não precisas de lupa.

Ó meu querido Major
no dia de S. Valentim
vem, não tenhas remorsos
É tão bom amar assim

sem peias nem complexos
sem quadrados nem convexos
sem sentimentos nem sexos
mas com o coração transparente
demolhado em aguardente
incendiado com um isqueiro
como chama num palheiro

Posso ficar tetraplégica
ser chumbada numa comissão de ética
ter um enfarte, ficar apoplética
mas gosto muito mais de ti
do que de literatura médica.

3 comments:

  1. Oh pá, o poema desta gaja lembra-me o velhinho "sexo na banheira é bom", dos Ena Pá 2000, que também tinham umas gajas a saracotear-se e a miar. É plágio ou são os mesmos gájios?

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  2. oh anonymous, respeitinho. Fora os aninhos que mamou, andou de colo e saracoteou esta gala nunca plagiou.

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  3. Quem escreve assim é uma bomba emocionante.

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